Ameaça real no mercado
Nos últimos meses, autoridades brasileiras e internacionais têm intensificado operações para combater a adulteração de azeite. Casos em países como Espanha, Itália e Portugal mostram que estamos diante de uma fraude global, que coloca em risco a qualidade do produto e a saúde do consumidor .
Casos brasileiros recentes
- O Ministério da Agricultura (Mapa) desclassificou oito marcas que continham outros óleos vegetais, sendo considerados impróprios para consumo
- Já foram vetadas 38 marcas desde 2024 por fraude ou riscos sanitários
- Foram apreendidos 9.000 frascos de azeite adulterado no Brasil
- Quatro pessoas presas por misturar até 70% de óleo repousante com azeite
A fraude ao redor do mundo
- A operação OPSON XIII, coordenada por Europol, resultou na prisão de 11 indivíduos e apreensão de 260 000 L de azeite falsificado.
- Na Itália, 42 toneladas de produto falso foram apreendidas, com uso de corantes para enganar o consumidor
- Na UE, notificações de fraude saltaram de 15 (2018) para 50 (2024), incluindo adição de pesticidas, óleo mineral e azeites não autorizados.
- A Dcoop, maior produtora mundial, admitiu fraudes em azeites refinados com óleo de girassol.
Como a fraude acontece
- Mistura com óleos baratos (soja, girassol, lampante), depois tingimento com clorofila .
- Rotulagem enganosa, vendendo azeite comum como extra-virgem ou com origem falseada.
- Documentação forjada para esconder origem e tipo do azeite .
Os riscos para consumidores e indústria
- Saúde pública: a adição de substâncias não comestíveis pode causar intoxicações e alergias.
- Desconfiança generalizada: consumidores perdem a confiança, mesmo nos azeites genuínos.
- Prejuízos econômicos: produtores certificados perdem mercado para produtos falsificados mais baratos .
O que está sendo feito
- Operações regulares como OPSON XIII e ações locais como no Brasil (por Mapa, Anvisa, Polícia Civil) vêm acelerando essa fiscalização.
- A UE implementou inspeção e rastreabilidade mais rigorosas em 2022, com rastreamento via QR code e selos DOP/IGP.
- Produtores e consumidores têm recorrido a testes laboratoriais (ácidez, esteróis, espectrofotometria), etiquetas autenticadas, blockchain e selos de procedência .
Como o varejista e consumidor podem se proteger
Para lojas e supermercados:
- Exigir certificação de fornecedores.
- Priorizar selos de qualidade, rótulos com QR traceável.
- Realizar testes spot-check periódicos.
- Recusar produtos com preços muito abaixo do mercado.
Para consumidores:
- Verificar data de colheita, selo de certificação e rastreabilidade.
- Preferir vendedores confiáveis, evitar promoções “imperdíveis”.
- Denunciar onde comprou produto suspeito via Fala.BR ou órgãos competentes.
Conclusão
A fraude no azeite não é apenas crime econômico. É um golpe direto na confiança, saúde e história de uma indústria milenar. O combate exige vigilância de todo o ecossistema: Estado, mercado, varejo e consumidor. Sem isso, o “ouro líquido” continuará perdendo prestígio — e valor.







