Por Redação Connect Varejo
“Aumentamos nossa margem de lucro em 22% sem perder vendas.” O relato de Marina Oliveira, proprietária de uma rede de farmácias no interior de São Paulo, resume o potencial da precificação dinâmica, uma estratégia que vem ganhando espaço entre varejistas brasileiros de todos os tamanhos.
O que é Precificação Dinâmica?
Trata-se de um modelo de formação de preços que permite ajustes em tempo real, levando em consideração variáveis como demanda, perfil do consumidor, horário, sazonalidade, clima e até mesmo os preços da concorrência. Diferente da precificação tradicional, onde os valores permanecem estáticos por longos períodos, a precificação dinâmica busca identificar o preço ideal para cada momento.
Segundo o professor Paulo Menezes, especialista em Estratégia de Preços da FGV, o objetivo é claro: “Cobrar o preço certo, do cliente certo, no momento certo.”
Quebrando Mitos sobre Precificação Dinâmica
Muitos pequenos e médios varejistas ainda acreditam que a precificação dinâmica é uma ferramenta exclusiva das grandes redes ou do comércio eletrônico. Mas os cases a seguir mostram uma realidade bem diferente:
- Mito 1 – “É só para grandes empresas”
Hoje, ferramentas simplificadas e acessíveis permitem que pequenos negócios também adotem a estratégia, com investimentos mensais inferiores ao custo de um funcionário de meio período. - Mito 2 – “Serve apenas para aumentar preços”
A precificação dinâmica envolve tanto aumentos quanto reduções estratégicas, sempre com foco na maximização de resultados. - Mito 3 – “Clientes rejeitam mudanças frequentes de preço”
Quando bem comunicada, a estratégia é percebida como uma vantagem, principalmente quando traz promoções sazonais ou ofertas relâmpago.
O Impacto no Caixa do Varejista
Dados da Associação Brasileira de Automação Comercial (AFRAC) apontam resultados expressivos entre empresas que adotaram a estratégia:
- Aumento médio de 15% na margem bruta
- Crescimento de 8% no faturamento
- Redução de 22% em perdas por vencimento
- Melhoria de 12% no giro de estoque
Mais do que um aumento nas margens, a precificação dinâmica promove eficiência em toda a operação.
Casos Reais de Sucesso
Rede de Farmácias Saúde Total (SP)
Investindo R$ 1.200 mensais em tecnologia e consultoria, Marina Oliveira conseguiu elevar sua margem líquida em 22% e reduzir perdas por vencimento em 85%.
Supermercado de Bairro Mercado Família (RS)
Com um investimento de R$ 800 por mês, Roberto Almeida registrou aumento de 18% na margem bruta e crescimento de 25% nas vendas em horários antes ociosos.
Loja de Materiais de Construção Constrular (SC)
Após oito meses de implementação, Carlos Mendes obteve 28% de crescimento nas vendas de projetos completos e redução de 40% em estoque parado.
Três Níveis de Implementação
O processo pode começar de forma simples e evoluir com o tempo:
- Nível 1 – Básico: Promoções por horário, descontos para itens próximos ao vencimento e ajustes sazonais simples.
- Nível 2 – Intermediário: Análise de elasticidade de preço, segmentação de clientes e precificação por clima.
- Nível 3 – Avançado: Algoritmos de IA, análise preditiva de demanda e personalização individual de ofertas.
Como Começar: Plano de 90 Dias
Especialistas sugerem um cronograma dividido em três fases:
- Diagnóstico e Preparação (dias 1 a 30)
Análise de dados históricos, definição de regras e treinamento da equipe. - Implementação Piloto (dias 31 a 60)
Ajustes em produtos selecionados, acompanhamento diário e coleta de feedback. - Expansão e Refinamento (dias 61 a 90)
Ampliação para mais categorias e introdução de variáveis como clima e segmentação de clientes.
Tecnologias que Tornam Isso Possível
O mercado já oferece soluções adaptadas ao bolso de pequenos e médios varejistas:
- Softwares de precificação a partir de R$ 250 por mês
- Etiquetas eletrônicas com planos de aluguel a partir de R$ 500
- Ferramentas de monitoramento de concorrência por R$ 300
- Programas de fidelidade com ofertas personalizadas a partir de R$ 100
O Futuro da Precificação: Personalização e Inteligência Artificial
Tendências como hiperpersonalização, precificação baseada em valor percebido, integração com práticas sustentáveis e automação via IA já despontam como o próximo passo.
Para o professor Paulo Menezes, o cenário é claro: “Precificar deixou de ser um ato isolado e virou uma ciência. Hoje, o sucesso no varejo passa obrigatoriamente por uma gestão de preços mais inteligente.”
A mensagem final é simples: não importa o tamanho do seu negócio, começar é a chave.







